Como o costume de compartilhar a cama com estranhos desapareceu

Você sabia que, em tempos passados, era comum o costume de compartilhar a cama todas as noites, não apenas com parceiros românticos, mas também com amigos, colegas e até mesmo estranhos?

Em uma jornada ao passado, descobrimos que o sono compartilhado foi uma prática comum por milhares de anos, sendo abandonado relativamente há pouco tempo. Vamos explorar essa fascinante história do sono social.

O costume de compartilhar a cama na história: amizades inesperadas e alianças reais

No ano de 1187, o príncipe inglês Ricardo Coração de Leão surpreendeu a todos ao fazer amizade com seu antigo inimigo, o rei da França, Filipe 2°.

Além de uma aliança pragmática, os dois líderes concordaram em compartilhar não apenas a mesma mesa, mas também a mesma cama. Essa prática, que hoje pode parecer estranha, era, na verdade, um sinal de confiança e fraternidade naquela época.

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Ricardo Coração de Leão.
Fonte: Reprodução / Pinterest-Saba Aang Shukvani

A antiga tradição do sono compartilhado

Por milhares de anos, o sono compartilhado era considerado normal em diversas culturas. Seja por falta de camas ou pela busca por intimidade e calor, pessoas de todas as classes sociais se aconchegavam juntas durante a noite.

Até a nobreza buscava companhia na cama, fortalecendo laços sociais e desfrutando da sensação de segurança.

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Fonte: Reprodução / Pinterest-es.gizmodo.com

Do compartilhamento medieval à era moderna

Durante os séculos entre 1500 e 1800, compartilhar a cama era extremamente comum. Mesmo entre a classe média e alta, quando em viagem, as opções de hospedagem muitas vezes levavam a compartilhar a cama com estranhos.

A famosa Grande Cama de Ware, na Inglaterra, é um exemplo marcante dessa prática, onde até 52 pessoas já dormiram juntas.

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A Grande Cama de Ware.
Fonte: Reprodução / mdig.com.br

A etiqueta do sono compartilhado e seus desafios

Em uma era em que o sono compartilhado era rotineiro, existiam regras de etiqueta para garantir uma noite de sono confortável. Evitar falar em excesso, respeitar o espaço pessoal e não ficar inquieto eram práticas comuns.

No entanto, nem sempre era possível evitar desavenças, como o acalorado debate entre Benjamin Franklin e John Adams durante uma noite compartilhada.

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Benjamin Franklin, John Adams e Thomas Jefferson.
Fonte: Reprodução / Pinterest

O declínio do sono compartilhado e o início do individualismo

No século XIX, o médico William Whitty Hall argumentou contra o sono compartilhado, considerando-o não apenas insalubre, mas também imoral.

Essa ideia marcou o início do declínio do sono social, levando muitas famílias a abandonar a prática e até casais a dormirem em camas separadas.

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William Whitty Hall.  
Fonte: Reprodução / wikipedia.org

Refletindo sobre o passado: o que perdemos?

Embora hoje prefiramos dormir sozinhos por questões de conforto e privacidade, a história do sono compartilhado nos lembra de uma prática profundamente enraizada na humanidade.

A intimidade das conversas noturnas, a troca de segredos e a construção de laços sociais eram aspectos valiosos dessa tradição. Será que há algo que perdemos ao optar pelo sono solitário?

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Fonte: Reprodução / Pinterest

Uma jornada pelo passado do sono social

Ao explorar a história do sono compartilhado, mergulhamos em uma tradição que abrange milênios e culturas diversas. Embora o individualismo moderno tenha transformado nossas preferências de sono, a prática antiga de se aconchegar junto à família, amigos ou estranhos é uma parte fascinante de nossa história.

Talvez, ao refletirmos sobre essa tradição esquecida, possamos encontrar novas maneiras de cultivar conexões e intimidade em nossas vidas cotidianas.

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Fonte: Reprodução / wikipedia.org

Confira também o nosso post clicando aqui sobre a história do despertar antes de existir o despertador como conhecemos hoje. Já pensou como seria sua vida sem ele?

E você, acha que a perda desse costume foi boa para a humanidade? Conte sua opinião nos comentários!

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Fonte: BBC

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