O cachorrinho do mato (Neocurtilla hexadactyla) é um inseto intrigante, frequentemente encontrado em áreas com muita vegetação. Ele é atraente para os amantes da natureza, mas pode causar certo medo entre aqueles que não gostam de insetos. Ele não é venenoso e geralmente não representa perigo para os humanos. Sua curiosidade e comportamento ativo fazem dele um assunto interessante para quem deseja entender mais sobre a biodiversidade local.
Além de sua aparência peculiar, o cachorrinho do mato possui características únicas que o adaptam à sua vida subterrânea. Esses insetos escavadores desempenham um papel importante na terra, contribuindo para a diversidade dos ecossistemas. Ao explorar seus hábitos e características, fica claro por que este inseto é objeto de estudo e fascínio.
Neste artigo, serão abordados os detalhes sobre o cachorrinho do mato, incluindo suas características, habitat e o que torna essa espécie tão especial. Para quem deseja aprender mais sobre a vida desses pequenos seres, a leitura continua a revelar informações valiosas.
Saiba mais sobre o inseto cachorrinho do mato…
Classificação e taxonomia
Como é conhecido? Onde ele vive? Conheça mais sobre esse inseto curioso:
Nome ‘cachorrinho do mato’
Esse animal tem diversos nomes nas mais variadas regiões do Brasil, eles são:
Paquinha; grilo-toupeira; ralo; frade; cachorro-d’água; piloto; bicho-terra; cachorro-da-areia; cachorrinho-da-terra; cava-terra; grilo-talpa; e grilo-da-terra.
Ambientes preferenciais
- Tipo de solo: solos úmidos e ricos em matéria orgânica são os preferidos pelo cachorrinho do mato, pois facilitam a construção de seus túneis.
- Vegetação: áreas com vegetação densa e raízes superficiais são mais propícias à presença do cachorrinho do mato.
- Clima: prefere climas mais quentes e úmidos, embora possa se adaptar a diferentes condições climáticas.
Distribuição no Brasil
- Sudeste: estados como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, especialmente em áreas urbanas e rurais com jardins e plantações.
- Sul: Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, principalmente em áreas agrícolas e em solos mais úmidos.
- Centro-Oeste: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal, com maior incidência em áreas de cerrado e áreas urbanas.
- Nordeste: embora menos comum que nas outras regiões, o cachorrinho do mato pode ser encontrado em algumas áreas do Nordeste, principalmente em locais com maior umidade.
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Biologia e comportamento
O cachorrinho do mato é um inseto que apresenta características únicas em sua biologia e comportamento. Seus ciclos de vida, hábitos alimentares e interações sociais refletem sua adaptação ao ambiente em que vive.
Ciclo de vida
O ciclo de vida do cachorrinho do mato passa por várias fases, começando com a fase de ovo. Após a eclosão, acontece a larva, que é bastante ativa. Essa larva se alimenta de matéria orgânica presente no solo, ajudando na decomposição.
Com o tempo, a larva se transforma em uma pupa, onde ocorre intensa transformação. Após esse estágio, emerge como um inseto adulto. O ciclo total pode levar semanas a meses, dependendo das condições ambientais, como temperatura e umidade.
Abaixo fizemos um detalhamento desse processo fascinante:
Ovo
- Deposição: as fêmeas depositam seus ovos em câmaras subterrâneas (200 ovos em 3 a 4 câmaras), construídas em locais úmidos e protegidos.
- Desenvolvimento: dentro dos ovos, os embriões se desenvolvem por um período que varia de acordo com as condições ambientais, como temperatura e umidade.
Ninfa
- Eclosão: após o período de incubação, as ninfas eclodem dos ovos. As ninfas se assemelham aos adultos, mas são menores e possuem algumas características imaturas, como asas menores e órgãos reprodutivos ainda em desenvolvimento.
- Crescimento: as ninfas passam por várias mudas, aumentando de tamanho a cada muda. Durante esse período, elas se alimentam de raízes de plantas e outros materiais orgânicos encontrados no solo.
- Desenvolvimento: conforme as ninfas crescem, seus órgãos se desenvolvem e elas se tornam mais semelhantes aos adultos.
Adulto
- Emergência: após a última muda, a ninfa se torna um adulto. Os adultos possuem asas totalmente desenvolvidas, embora raramente voem.
- Reprodução: os adultos se dedicam à reprodução, buscando parceiros e construindo novas câmaras para a postura de ovos.
- Alimentação: a alimentação dos adultos é similar à das ninfas, baseada em raízes de plantas e outros materiais orgânicos.
Corpo
O cachorrinho do mato possui um corpo musculoso e muito adaptado para a vida subterrânea. Eles medem entre 3 a 5 cm de comprimento, e sua cor varia do marrom ao acinzentado, coberto por pelos castanhos. As asas cobrem metade do abdômen e também possuem longas antenas.
Alimentação
O cachorrinho do mato é conhecido por ser um inseto herbívoro. Ele geralmente se alimenta de folhas, flores e outros materiais vegetais. Sua boca é adaptada para raspar e morder a matéria vegetal, o que maximiza a ingestão de nutrientes.
Esse inseto desempenha um papel importante no ecossistema, pois ajuda a controlar a densidade de plantas em suas áreas de habitat. Eles também são presas para diferentes predadores, mantendo assim o equilíbrio da cadeia alimentar local.
Fatos curiosos sobre o cachorrinho do mato
- Ao pegá-los na mão, ele dão pequenos beliscões na pele, que são uma tentativa de cavar para se esconder.
- Ao contrário dos demais grilos e gafanhotos, as patas dianteiras do cachorrinho do mato se desenvolveram em formato semelhante a pás, chamadas patas fossoriais, que os auxiliam na escavação de túneis.
- Eles criam complexos sistemas de túneis e câmaras subterrâneas que podem ter até 20 cm de profundidade.
Veja esse vídeo do influenciador Biomesquita sobre o inseto:
O cachorrinho do mato e os danos às plantações
O cachorrinho do mato, por seus hábitos alimentares e modo de vida subterrâneo, representa uma praga significativa para diversas culturas agrícolas. Ao se alimentarem das raízes, tubérculos e até mesmo da parte aérea de plantas jovens, elas causam danos consideráveis, comprometendo o desenvolvimento e a produtividade das lavouras.
Quais os principais danos causados pelo cachorrinho do mato?
- Corte de raízes: eles cortam as raízes das plantas, prejudicando a absorção de água e nutrientes, o que leva ao murchamento e, em casos mais graves, à morte da planta.
- Tunéis: a construção de túneis no solo pode danificar as raízes e facilitar a entrada de patógenos, aumentando o risco de doenças nas plantas.
- Perdas na produção: as plantas danificadas pela paquinha apresentam crescimento reduzido, frutos menores e menor qualidade, resultando em perdas significativas na produção agrícola.
Quais culturas são mais afetadas?
A paquinha pode atacar uma grande variedade de culturas, incluindo:
- Hortaliças: alface, tomate, repolho, batata, cenoura, entre outras.
- Grãos: milho, arroz.
- Frutas: morango, melancia.
- Plantas ornamentais: gramados, flores.
Como identificar uma infestação de cachorrinho do mato?
- Plantas murchas: uma das primeiras indicações de infestação é o murchamento das plantas, mesmo com irrigação adequada.
- Raízes cortadas: ao retirar a planta do solo, é possível observar as raízes cortadas e os túneis escavados pelas paquinhas.
- Presença de fezes: as fezes das paquinhas podem ser encontradas nos túneis e na superfície do solo.
- Montinhos de terra: a presença de pequenos montinhos de terra na superfície do solo indica a atividade das paquinhas.
Como controlar?
O controle do cachorrinho do mato requer um conjunto de medidas, que podem incluir:
- Controle cultural: rotação de culturas, eliminação de plantas daninhas e preparação adequada do solo antes do plantio.
- Controle biológico: utilização de inimigos naturais da paquinha, como nematoides e fungos entomopatogênicos.
- Controle químico: aplicação de inseticidas específicos para o controle da paquinha, seguindo as recomendações técnicas.
- Controle físico: uso de armadilhas e iscas para capturar as paquinhas adultas.
É importante ressaltar que o controle deve ser realizado de forma integrada, combinando diferentes métodos, para obter melhores resultados e minimizar os impactos ambientais.
Para um controle mais eficiente, é fundamental consultar um profissional da área agrícola, que poderá indicar as melhores práticas para o seu caso específico.
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Fontes: Agrolink, Jardineiro, Grameira Felippi.